terça-feira, 18 de maio de 2010

É SÓ UM FILME: ANÁLISES CULTURAIS SOBRE O HORROR CONTEMPORÂNEO


Texto de Sérgio Tavares Filho, extraído de http://neocronica.org/?page_id=363 

"Media Theory, de Douglas Kellner, mudou minha vida. Possivelmente o fato de eu ser um obsessivo-compulsivo inveterado e ávido estudante de comunicação (Barthes e suas mitologias, por exemplo), desde a graduação eu procurava teorias da conspiração, mãos invisíveis e outros sistemas de controle. Quando Douglas Kellner disse que Poltergeist era assustador porque lidava, na verdade, com o medo da hipoteca e da perda da casa, algumas coisas ficaram mais claras.
Eu já havia procurado “pistas” deste tipo de mensagem em O Chamado, filme-de-terror-de-geração como foi Poltergeist, e não havia ido muito além daquela fita de videotape com símbolos catapultados para cima do espectador. Mas com o método de Kellner, fiquei surpreso em localizar tantas mensagens coerentes com o cenário cultural contemporâneo ao filme.
Após alguns meses de pesquisa, reescrever, adaptar meu ensaio para a disciplina Media Theory no mestrado em Jyväskylä, a primeira análise saiu. Depois, parti para O Horror de Amityville, que em 2005 ganhou uma irritante refilmagem do original de 79.
Assim, analisando algumas versões de filmes, saiu o primeiro volume da trilogia de e-books É só um filme: especulações imobiliárias. Nos Estados Unidos, não perdia a sessão de sexta-feira do FX, onde são exibidos filmes de terror. O Amityville original foi exibido com o nome da sessão Bad Real Estate, algo como “negócio imobiliário ruim”, por causa, obviamente, das assombrações que vinham junto dos imóveis negociados (a casa em Amityville, o rancho de O Chamado e por aí vai)."

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